A pedido de ateus, Justiça manda tirar trechos bíblicos de praça em SP


Prefeitura de Praia Grande, no litoral paulista, terá de remover inscrições bíblicas de um monumento erguido em uma praça da cidade. A ação foi movida pela Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos (Atea).

A Praça da Bíblia foi reformada e ganhou um obelisco ao centro. O monumento é revestido em mármore branco e tem 10 metros de altura. A peça é parte do projeto de reurbanização da Avenida Presidente Kennedy, que custou R$ 53,5 milhões ao município, durante a gestão do então prefeito Roberto Francisco dos Santos.
Em 2012, quando o espaço foi inaugurado, o então chefe do Executivo, que morreu em dezembro de 2017 após um infarto, afirmou que a reforma era para agregar fiéis no bairro Maracanã. "A Praça da Bíblia será um local para que todos os cristãos possam realizar celebrações religiosas”, disse ele, segundo o 'G1'.
Dois anos depois da inauguração, em 2014, a Atea ajuizou uma ação civil pública para que fossem retirados os dizeres religiosos do obelisco. A entidade justificou a solicitação com o artigo 19, inciso I, da Constituição Federal, que veta o Estado em estabelecer cultos ou ações religiosas.
A princípio, o juiz Enoque Cartaxo de Souza, da Vara da Fazenda Pública - Foro de Praia Grande, pediu o arquivamento do processo. No entanto, a Atea recorreu e os desembargadores do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) decidiram pela condenação.
"Muito embora não exista vedação para a frequência na praça, o que, aliás, seria de todo inviável, o local, expressamente direcionado para a comunidade cristã, subvencionado pelo município, é uma infração evidente à laicidade do Estado", escreveu o desembargador relator, Marcelo Semer, em trecho da sentença, de 20 de agosto.
A associação também havia pedido que fosse aplicada uma penalidade de R$ 50 mil à administração municipal, por dano moral. A maioria dos desembargadores da 10ª Câmara de Direito Público concordou que a prefeitura deveria retirar as inscrições religiosas, mas não aprovou a cobrança da penalidade.
A Prefeitura de Praia Grande informou ao 'G1' que analisará o caso, mas adiantou que entrará com recurso.
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