Coligação de Bolsonaro pede inelegibilidade de Haddad por show de Roger Waters
A campanha de Jair Bolsonaro (PSL), a dois dias da votação do segundo turno, quer a inelegibilidade de Fernando Haddad (PT) e sua vice, Manuela D’Ávila (PCdoB) por conta da turnê realizada pelo astro mundial Roger Waters no Brasil. Em todas as suas apresentações recentes no Brasil o ex-Pink Floyd exibiu imagens com a frase #EleNão e colocou o nome de Bolsonaro na lista do “neofascismo em ascensão no mundo”.
Os advogados da campanha do capitão da reserva, então, apresentaram nesta sexta-feira (26) ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) uma ação de investigação judicial eleitoral contra a coligação “O Povo Feliz de Novo”. De acordo com a ação, a turnê de Waters configurou propaganda negativa contra Bolsonaro e faz parte de um “conluio’ entre a empresa que organizou os shows e a campanha de Haddad.
Para a campanha de Bolsonaro, a chapa do petista teria praticado “caixa 2” com recursos da Lei Rouanet, que teriam sido destinados à empresa realizadora da turnê no Brasil. Os advogados do capitão da reserva usam como base uma acusação feita no Twitter pelo ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, de que Waters “recebeu cerca de R$ 90 milhões para fazer campanha eleitoral disfarçada de show ao longo do 2º turno”. Leitão já declarou em mais de uma ocasião seu apoio ao candidato do PSL.
“Trata-se de ato ilícito caracterizado como abuso do poder econômico praticado pelos candidatos Fernando Haddad e Manuela D´Avila e pelos sócios da empresa T4F Entretenimento, como será demonstrado nestes autos, com indevido aproveitamento de imagem de artista com fama mundial, Roger Waters, em turnê no Brasil, sendo que por meio de reiterados shows se pôs em prática ostensiva e poderosa propaganda eleitoral negativa contra o candidato Requerente, Jair Bolsonaro, o que, por se tratar de segundo turno das eleições gerais, beneficia diretamente os candidatos requeridos”, escreveram os advogados na ação.
Para sustentar a tese de haveria um “esquema” de propaganda eleitoral não declarada da campanha de Haddad, a ação de Bolsonaro cita até mesmo declarações de apoio e vídeos gravados por dezenas de artistas brasileiros à candidatura do PT.
A coligação de Haddad ainda não foi intimada e não se manifestou sobre o assunto.