Coronavírus: Ômicron se multiplica 70 vezes mais rápido em vias aéreas do que a Delta
Foto: Reprodução: Universidade de Hong Kong
Uma pesquisa conduzida por cientistas na faculdade de medicina da Universidade de Hong Kong pode ter trazido a resposta do porquê da nova cepa ser mais transmissível e menos letal do que as outras variantes da Covid-19. Ômicron foi descoberta no final de novembro, na África do Sul.
O estudo teve como objetivo analisar a capacidade de replicação do vírus em diferentes tecidos do corpo humano. Comparada com a variante Delta, Ômicron consegue se multiplicar 70 vezes mais rápido em tecidos das vias aéreas, o que explica seu alto grau de transmissão de pessoa para pessoa.
Nos tecidos pulmonares, a nova cepa se multiplica 10 vezes mais devagar do que a versão original do Sars-CoV-2, o que explicaria sua menor letalidade e chance de evolução para o quadro grave da doença.
O líder do estudo, Michael Chan Chi-wai, disse em comunicado à imprensa que é importante lembrar que a gravidade da doença em humanos não é determinada apenas pelo poder de replicação do vírus, mas também pela resposta imune do hospedeiro à infecção, que pode causar um fenômeno conhecido como “tempestade de citocinas”, onde ocorre a desregulação de um sistema imunológico normal.
O estudo comprovou relatos do início da nova onda na África do Sul, que teve um aumento de 255% no número infecções da doença. As primeiras informações afirmavam que Ômicron tinha alto grau de transmissibilidade, mas não causava tantos danos ao pulmão quanto as variantes anteriores.
O estudo passará por um processo de revisão por pares e será publicado em breve em uma revista científica.
No final de novembro, a Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou que a variante Ômicron representa risco altíssimo e convocou uma reunião de emergência do G7 na tentativa de frear o avanço da doença pela Europa.
Na última segunda-feira (13), a primeira morte pela variante Ômicron foi registrada e mais casos foram confirmados no Brasil.