Bolsonaro diz desconhecer morte de criança por Covid; mais de 300 morreram no país
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Um dia depois de o Ministério da Saúde anunciar a vacinação para crianças de 5 a 11 anos, o presidente Jair Bolsonaro (PL) disse nesta quinta-feira (6) desconhecer criança que tenha morrido por Covid-19, repetiu efeitos colaterais da imunização e pediu que pais não se deixem levar pelo que chamou de propaganda.
"A própria Anvisa que aprovou também diz lá que a criança pode sentir, logo depois da vacina, falta de ar e palpitações. Eu pergunto: você tem conhecimento de uma criança de 5 a 11 anos que tenha morrido de Covid? Eu não tenho", disse o presidente, em entrevista à Rádio Nordeste, de Pernambuco.
Neste momento, Bolsonaro repetiu a pergunta para os auxiliares próximos e disse que nenhum levantou a mão. Ele repetiu também que não vacinará sua filha Laura, de 11 anos.
O mandatário sugeriu ainda haver interesse da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e de "tarados pela vacina" na aprovação do imunizante.
Os técnicos da pasta vem recebendo ameaças, investigadas hoje pela Polícia Federal, desde que aprovaram o uso da Pfizer para crianças de 5 a 11 anos em dezembro do ano passado. O presidente já chegou a dizer que divulgaria o nome desses técnicos, o que, até o momento, não ocorreu.
"E você vai vacinar teu filho contra algo que o jovem por si só uma vez pegando o vírus, a possibilidade de ele morrer é quase zero? O que que está por trás disso? Qual o interesse da Anvisa por trás disso aí? Qual interesse daquelas pessoas taradas por vacina? É pela sua vida? É pela saúde? Se fosse, estariam preocupados com outras doenças no Brasil e não estão", disse.
"Então peço, como se tratam de crianças, não se deixe levar pela propaganda. Converse com seus vizinhos. Quanto garoto contraiu Covid e nada aconteceu com ele", completou.
Especialistas apontam que a vacinação para crianças contra a Covid-19 é eficaz e segura, e que seus benefícios superam eventuais riscos.