Dia Mundial Sem Tabaco: indústria tabagista deve ser responsável por 12% dos óbitos no mundo
Dia Mundial Sem Tabaco é comemorado nessa quarta-feira (31), como parte de campanha da OMS
Como parte da iniciativa da Organização Mundial de Saúde (OMS), nesta quarta-feira (31) comemora-se o Dia Mundial Sem Tabaco. Apesar da popularização da ideia de que vapes e tabacos aquecidos são menos nocivos que o cigarro tradicional, essa nova categoria também apresenta potencial para doenças pulmonares.
Diante disso, a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) emitiu, na segunda-feira (29), um alerta contra o uso do cigarro convencional, eletrônico e aquecido, que têm ganhado cada vez mais popularidade no território nacional.
Segundo estimativas da OMS, a indústria tabagista deve ser responsável por mais de 60 tipos de doenças e 12% dos óbitos no mundo. Só no Brasil, o setor é responsável por R$ 125 bilhões de gastos em perdas diretas e indiretas para a saúde, conforme relatório de 2020 do Instituto de Educação e Ciências em Saúde (IECS).
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), os cigarros eletrônicos expõem o organismo a uma variedade de elementos químicos gerados de formas diferentes. Uma pelo próprio dispositivo e outra pela relação direta com o processo de aquecimento ou vaporização, já que alguns produtos contidos no vapor de cigarros eletrônicos incluem carcinógenos conhecidos e substâncias citotóxicas, potencialmente causadoras de doenças pulmonares e cardiovasculares.
Dados do Inca de 2021 apontam que o câncer de pulmão, por exemplo, tem como principais fatores de risco o tabagismo ativo e passivo. No Brasil, estimaram-se 17.760 novos casos de câncer pulmonar em homens e 12.440 em mulheres. Em comparação aos não fumantes, é estimado um risco 23 vezes maior de desenvolver câncer de pulmão para homens fumantes, e 13 vezes mais em mulheres.
A classificação internacional de doenças e problemas relacionados à saúde classifica o tabagismo como uma enfermidade no grupo dos transtornos comportamentais devidos à substâncias psicoativas, por conta da extrema e rápida dependência química da nicotina.